" Somos dois pontos. Não temos dimensão senão a dimensão de sermos pontos. Ninguém nos vê. Aqui a geometria importa; aqui podemos ser frontais ou horizontais e cair nas dezenas de outros nomes possíveis das rectas em que fiquemos, e saber que estamos em todas elas ao mesmo tempo, porque somos trezentos e sessenta graus de possibilidades em aberto. Sem que nos vejam.
Também não sabemos onde estamos. Nem importa. Se nunca nos encontrarem podemos ser só dois pontos que ninguém pensou em usar, livres de aristos e de espaço.
Mas não largues a minha mão nem te afastes da coincidência de sermos a mesma linha, imperceptíveis um do outro. Porque podemos ser a recta de perfil que ninguém sabe como é, porque é preciso rebater dois dos seus pontos para descobrir (e nós estamos invisíveis).
E enquanto não nos encontrarem não me largues a mão nem te afastes, porque não há espaço suficiente para um ponto só. Que ninguém vê.
E sê comigo insignificante."
Também não sabemos onde estamos. Nem importa. Se nunca nos encontrarem podemos ser só dois pontos que ninguém pensou em usar, livres de aristos e de espaço.
Mas não largues a minha mão nem te afastes da coincidência de sermos a mesma linha, imperceptíveis um do outro. Porque podemos ser a recta de perfil que ninguém sabe como é, porque é preciso rebater dois dos seus pontos para descobrir (e nós estamos invisíveis).
E enquanto não nos encontrarem não me largues a mão nem te afastes, porque não há espaço suficiente para um ponto só. Que ninguém vê.
E sê comigo insignificante."